segunda-feira, 8 de junho de 2009

48º Aniversário do Embarque da CC 115- Encontro de ex-combatentes

Decorreu no passado dia 30 de Maio, conforme o desdobrável que deixámos abaixo o encontro dos militares da CC 115, para comemorar o 48º aniversário do embarque da Companhia para Angola no Navio-M NIASSA, em 28 de Maio de 1961.

O ponto de encontro foi fixado junto ao edifício da Câmara Municipal de Tábua, mas para ali chegar, grandes trajectos alguns tiveram de fazer.

Por exemplo os que vinham da área da grande Lisboa deram corda aos sapatos cedinho, para às 08H30 apanharem o intercidades em Santa Apolónia ou, nove minutos depois, no Oriente.

Outros fizeram percursos ainda maiores como o Arménio Guerreiro, que se fez acompanhar da filha mais nova e veio de Faro, O Alberto (condutor) e seus dois irmãos "metralhas" que vieram do Porto e ainda e sobretudo o Valentim Marques emigrado na Alemanha.

Ainda no comboio começou o convívio em que sobressaiu o "Xapirrau", o mais exuberante de todos, reduzindo ao silêncio o Vítor Chora dos Santos, (Vítor Maluco), cujas características histriónicas são bem conhecidas.
À hora pré-estabelecida estávamos frente ao edifício da Câmara Municipal de Tábua, para, na escadaria, fazer uma primeira foto de grupo, embora ainda incompleto.



Em primeiro plano sentados: Domingos Ferreira, (Pèlinhas), Jorge Morais, Noca e Alberto Oliveira. Depois da esquerda para a direita: Augusto Santos, Joaquim Ribeiro, Manuel Simões, (o Lisboa), Albino Gonçalves, (Xapirrau), Américo Alves, (o anfitrião), Irmão (metralha) do Alberto e Condutor do autocarro da CM de Tábua. Reconheço ainda e mais atrás o Celestino Coelho e a seu lado o Alpídio Duarte. Depois o Arménio Guerreiro, o Manuel V Horta, o Artur Bento, (Alenquer), o Joaquim Monteiro e o Valentim Marques. Lá atrás, a bisbilhotar junto às grades, está o Vítor Maluco com a mão no ombro do António Colaço, conhecido por "Casqueiro". Esposas, filhos e netos de alguns ex-combatentes, abrilhantaram o convívio. Alguns já figuram nesta foto.


Monumento dedicado aos militares mortos na guerra do ultramar

Aproveitando a estadia em Tábua, e esse foi um dos pretextos para que o ponto de reunião fosse naquela próspera vila beirã, visitámos o monumento aos militares daquele concelho mortos na Guerra do Ultramar, em boa hora erguido numa das rotundas mais expostas da principal entrada da vila.

O Vítor Sá e o Xapirrau (foto-cine)

Arménio Guerreiro, Noca, Horta e Xapirrau

Os mesmos figurantes da foto anterior. A diferença nota-se apenas nos efeitos da água.

Manuel Simões, (Lisboa), e Xapirrau

Valentim Marques e Augusto Santos, (corneteiro).

Uma ordem caótica no frenesim da chegada e apreciação do monumento.

CC 115 no Cacuaco

A partir do princípio de Abril de 1962, as companhias do BC 114 começaram a ser rendidas nos seus locais de quadrícula e o Batalhão foi acantonar-se na região do Cacuaco, localidade piscatória a norte de Luanda, famosa pelos mariscos que dali saíam para as cervejarias da capital.


À CC 115 coube um local mesmo sobre a praia, o que permitia grande liberdade de movimentos a todo o pessoal, refazendo-se assim, dos maus tempos passados na zona de intervenção com todas as carências e péssimo ambiente, que nunca saberemos descrever com justeza.


Ali permanecemos cerca de um mês, ocupados em tarefas de recuperação dos homens e do material: aqueles no aspecto físico e mental e este no que se refere à manutenção, e reparação de avarias.


Além da ginástica e palestras adequadas, no sentido de dar aos militares uma maior compreensão sobre a sua própria vida e o ambiente em que estavam inseridos, preparava-se já a nova missão que nos iria ser atribuída na ZIL, (Zona de Intervenção Leste), onde ainda não existia sublevação dos povos autóctones e tudo seria diferente.
O Cacuaco era uma aldeia de pescadores artesanais que utilizavam as suas canoas, (troncos de grandes árvores magistralmente talhados para garantir a flutuação sobre as águas do mar que ali é bastante calmo).


Fotografia das canoas espalhadas pelo areal em tempo de repouso dos pescadores. Em primeiro plano vê-se com bastante pormenor a beleza da canoa e a grandeza da rede que contém, permitindo imaginar a faina da pesca nesta região. Cada canoa levava dois e às vezes três homens