Extrato da Nota Biográfica do Marechal Costa Gomes a partir do site da Presidência da República:
"Desempenhou o cargo de subsecretário de Estado do Exército, em 1958, tendo estado envolvido na intentona militar de Abril de 1961 com o general Botelho Moniz, então ministro da Defesa, e em virtude disso foi exonerado dessas funções.
É durante o exercício dessas funções que envia a primeira missão militar de observação à Argélia com o objectivo de preparar futuramente as tropas portuguesas para enfrentarem a guerra subversiva.
Criou a Companhia de Caçadores de Lamego para preparar tropas antiguerrilha, atitude tomada depois da visita, em 1958, a Angola, Guiné, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Exonerado das funções de subsecretário em 1961, é afastado e enviado para o quartel de Beja."
Estes três parágrafos encerram, outros tantos episódios determinantes do que se iria passar em Portugal e Províncias Ultramarinas nos anos seguintes.
Desenvolveremos posteriormente cada um dos três episódios em posts separados.
sábado, 29 de março de 2008
quinta-feira, 13 de março de 2008
Março de 1961
Um mês atípico em que nada aconteceu. Nada aconteceu conosco que nos dedicávamos totalmente à instrução dos recrutas, passando os dias naquele marasmo cansativo da ordem unida, ginástica, armamento, educação moral e cívica e primeiras noções de táctica e formações de combate de infantaria, (vivíamos a guerra de Napoleão, não se esqueçam). Entretanto já havíamos dado início à instrução de campo com um bivaque nas Barreiras Vermelhas, junto à estrada para a Boavista, que mereceu a visita do Inspector Geral do Exército. Este não regateou elogios aos exercícios desenvolvidos e seus executantes: sempre orientados para a guerra clássica, com formações de combate, deslocamentos e assaltos ao objectivo de peito aberto e exposto às balas inimigas, como na Guerra Peninsular.
Entretanto, a um escalão não acessível ao maralhal, decorria a preparação da "Abrilada" do General Botelho Moniz.
Em Angola a repressão nos musseques continuava e no norte eram cada vez mais expressivas as manifestações de hostilidade para com os colonos.
Salazar continuava a não acreditar na "infidelidade dos indígenas africanos": tudo se resolveria com acções de polícia.
Entretanto, a um escalão não acessível ao maralhal, decorria a preparação da "Abrilada" do General Botelho Moniz.
Em Angola a repressão nos musseques continuava e no norte eram cada vez mais expressivas as manifestações de hostilidade para com os colonos.
Salazar continuava a não acreditar na "infidelidade dos indígenas africanos": tudo se resolveria com acções de polícia.
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