Alguns momentos houve, na Beira Baixa, que permitiram algum convívio ou pausas de descontracção que deram lugar às mais diversas actividades, de que se seguem alguns exemplos:
O Padre Carlos celebra missa por detrás de uns escombros que já revelam algum arrumo.
À noite os oficiais da CC 115 reuniam-se numa cerimónia nunca dispensada: "O Cachimbo da Paz"! Não era tabaco, porque esse não havia. Só mais tarde, lá para o Natal apareceriam os "20-20-20", os "provisórios", os "definitivos", etc, que as senhoras do MNF se encarregavam de enviar. Então o que era o "Cachimbo da Paz"?
Pois nem mais nem menos do que "chá de capim" com whyski. Este sim já lá havia chegado, trazido pelo Santana de Águas Belas ou Bela Vista. Este Santana era um fazendeiro que vira a sua fazenda ocupada e destruída pelos terroristas da UPA e, como explorador que era, arranjou maneira de explorar, agora os militares, através de uma "cantina" que montou em Quicabo, autorizada pelo Comando, que assim se via desresponsabilizado por essa logística.
A cerimónia era solene e ninguém a dispensava após o jantar. Convém esclarecer que não era um capim qualquer, mas sim a planta de "chá de príncipe" que é igual ao capim em formato anão.
Da esquerda para a direita: Barreto, Simões, Falcão, ACP e Noca.
Esta cerimónia decorria, como se vê, ao abrigo de uma tenda cónica, onde o espaço era muito reduzido, mas havia o calor humano da camaradagem e mútua confiança entre todos.
Aqui está a famosa planta do "chá de príncipe" a embelezar a foto do Barbeiro (1497) e do Noca.
Momento de descontracção dos oficiais durante uma refeição em conjunto, em amena cavaqueira e ouvindo música do rádio do Noca, em primeiro plano.
Ouvia-se ali bem o Rádio Club de Moçambique que encerrava à meia noite, (uma hora da manhã em Moçambique), com o toque de silêncio, que muito sensibilizava os ouvintes no meio da floresta imensa dos Dembos.
Aprecie-se o ambiente em que decorriam as refeições tomadas em conjunto, sob este coberto de folhas de zinco, apoiado em bidons, para abrigo da chuva torrencial que adrede caía naquela região.
Aqui um aspecto de uma posição da defesa periférica do acampamento da Beira Baixa. Alem dos pontos altos de vigilância, havia os abrigos escavados onde o pessoal de serviço se protegia.
1 comentário:
UPA em 2 frentes
Segundo os OCS, durante os meses de Out/Nov61, houve confrontos entre a UPA e o MPLA:
"Em Outubro uma coluna de guerrilheiros comunistas do MPLA que entrara em Angola foi dizimada pelos irmãos da UPA.....";
"Em 23 de Novembro, combatentes da UPA assassinam os elementos dum destacamento do MPLA no norte de Angola, comandados por Tomás Ferreira, havendo 21 mortos".
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Em Novembro - Chegada do 1º. Destacamento de Fuzileiros Especiais nº.1 (DFE) a Angola.
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