sexta-feira, 25 de abril de 2008

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Carta/Circular de Vítor Hugo Simões Sá

Para visualizar o documento clicar sobre o mesmo que aumenta o zoom.
Parece-me boa ideia continuar com as reuniões anuais ou bianuais e a Malveira ou Loures são sítios centrais e próximos de Mafra - Casa Mãe.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Colaboração do Camarada Vítor Hugo Simões Sá

BREVE HISTÓRIA DAS REUNIÕES DE CONFRATERNIZAÇÃO DE EX-COMBATENTES, PARTICIPADAS POR ELEMENTOS DA COMPANHIA DE CAÇADORES 115:



Em 23 de Junho de 1991 realizou-se o primeiro encontro do B.Caç. 114, organizado pela C.Caç. 117 e a qual compareceram alguns ex-combatentes da Companhia de Caçadores 115. O programa desse convívio foi o seguinte: concentração na estação ferroviária de Devesas (Gaia), visita a uma cave de Vinho do Porto, missa celebrada pelo Padre Carlos Mesquita (Capelão do Batalhão), seguindo-se um almoço no Restaurante Sebastião Alfaiate, em Coimbrões.

O primeiro encontro dos ex-combatentes da Companhia de Caçadores 115, teve lugar em Sines no dia 28 de Maio de 1994, ou seja, 33 anos depois da data do embarque para Angola.

No dia 27 de Maio de 1995, em Mafra, na Escola Prática de Infantaria, celebrou-se a segunda reunião de confraternização da “cento e quinze”, cujo programa da respectiva convocatória previa: cerimónia na porta de armas da EPI para ser prestada homenagem aos mortos da Companhia, seguindo-se uma visita à Escola, celebração de missa e almoço nas próprias instalações da EPI. Da parte da tarde, procedeu-se à distribuição de lembranças e realizou-se uma exposição de fotografias e exibição de vídeos do 1º. Encontro em Sines.

Sensivelmente um ano depois, ou seja, em 9 de Junho de 1996, realizou-se em Aveiro o terceiro encontro da C.Caç. 115.

Em 27 de Maio de 2001, por ocasião do 40º. Aniversário, realizou-se nova reunião de confraternização do Batalhão, que teve lugar no Complexo D. Nuno, Boleiros, Fátima, na qual participaram 46 elementos da C.Caç. 115 e respectivos acompanhantes, no total de 98 pessoas.

No ano de 2002, foi resolvido realizar novamente em Sines a reunião de confraternização dos ex-combatentes da C.Caç. 115, a qual teve lugar no dia 25 de Maio. Nesse convívio compareceram 29 camaradas e 28 acompanhantes.

O encontro do 42º. Aniversário realizou-se em São Pedro do Sul, no dia 31 de Maio de 2003. O programa desta confraternização foi o seguinte: concentração em frente da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, romagem à campa de um camarada no cemitério local, visita aos Balneários das Termas e, finalmente, almoço na Albergaria Nossa Senhora da Saúde. Estiveram presentes 65 pessoas.

Em 2004 foi decidido comemorar o 43º. Aniversário nos Açores. Assim, o nosso grupo composto de 28 pessoas visitou, no período de 26 a 30 de Maio, as ilhas de São Miguel e Terceira.

Na chegada ao Aeroporto de Ponta Delgada fomos recebidos efusivamente pelo nosso companheiro açoriano “Furriel San-Bento”.

O almoço de confraternização realizou-se nas Furnas, no Hotel Terra Nostra e teve como ementa o célebre cozido da caldeira. Nesse almoço juntaram-se aos visitantes o camarada João San-Bento, esposa e filho, que, com muita amizade, ofereceram o bolo comemorativo.

Nesta viagem, que reportamos de muito agradável, tivemos oportunidade de visitar os locais mais emblemáticos da maravilhosa Ilha de São Miguel.

Na Ilha Terceira visitámos Angra do Heroísmo, a mais histórica das cidades dos Açores, e tivemos o prazer de assistir às Festas do Espírito Santo.

Também ficámos a saber que esta ilha tinha, na altura, uma população de 60 mil pessoas e 100 mil vacas.

Regressados ao Continente, no dia 28 de Maio de 2005, realizou-se em Lisboa, no Parque das Nações, a comemoração do 44º. Aniversário da nossa partida para a guerra. Depois de uma visita ao Oceanário de Lisboa, os convivas presentes (59 adultos e 2 crianças) partilharam de um almoço de confraternização servido num restaurante de rodízio.

Continuando na Área Metropolitana de Lisboa e concelhos limítrofes, conforme desejo anteriormente manifestado por muitos camaradas, escolhemos o Concelho de Mafra para comemorar o 45º. Aniversário da data do nosso embarque no navio “Niassa”.

Assim, no dia 28 de Maio de 2006 (Domingo) alguns camaradas e respectivos familiares, totalizando cerca de setenta convivas, concentraram-se na Malveira para almoçar no restaurante “O Gato”, onde tiveram ao dispor um rodízio de gastronomia portuguesa com mais de 60 sabores. Durante o repasto tivemos o ensejo de confraternizar e ouvir o nosso poeta Celestino Coelho dizer um poema escrito de propósito para o evento.

Seguidamente, parte do grupo tomou o caminho de Mafra para uma visita informal às instalações da Escola Prática de Infantaria.

Terminada esta curta resenha, esperamos e desejamos que, num futuro longo e feliz, se continuem a realizar os nossos encontros de confraternização e amizade.

Junho de 2006.

Vítor Hugo Simões Sá
Vitorsa@meo.pt

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Costa Gomes e a Guerra de África III

No mês de Abril de 1961 as notícias que vinham das "Províncias Ultramarinas", nomeadamente de Angola, eram muito preocupantes: Já se tinham verificado os ataques à prisão e esquadra de polícia em Luanda, já tinham ocorrido os actos de terror nas fazendas do norte de Angola, tinham-se verificado chacinas nos muceques de Luanda, as relações de convivência social entre brancos e negros tinham-se deteriorado até ao limite.
Em Lisboa o governo central não respondia, parecendo não acreditar no que estava a acontecer.
A opinião dos cidadãos portugueses, obscurecida pela censura e domesticada pelo regime autocrático apoiado na propaganda, orientada pela manutenção do "Império" a todo o custo, acabava por apoiar qualquer decisão que viesse a ser tomada, fosse ela qual fosse: a intervenção política dos cidadãos era nula, (duas gerações tinham sido amordaçadas desde os bancos da escola e o país pensava monoliticamente, em torno do seu caudilho, Salazar).
É neste cenário que se insere o movimento de altas patentes militares, liderado pelo Ministro da Defesa, General Botelho Moniz, em que ressaltam figuras como o Secretário de Estado do Exército, Costa Gomes, o Comandante da GNR, Câmara Pina e o homem da Força Aérea, Kaulza de Arriaga, que viria a ser o elemento traidor que fez ruir o plano acordado. Hoje sabemos que o objectivo da "Abrilada", assim ficou conhecida a ingénua tentativa de golpe de estado, era destituir Salazar a quem seria dada uma reforma sossegada e calma, e assumir uma posição de força em Angola para repôr a paz social e dar início a diligências nos areópagos internacionais e nos sítios adequados à criação de condições para implementar progressivamente as autonomias das "Províncias Ultramarinas".
Abortada a intentona, Salazar apoiado na sua clique, assume o ministério da defesa, apropria-se de parte dos ideais dos conjurados e surge como o salvador, (os portugueses nunca dispensam um bom Sebastião), mobilizando os portugueses para a guerra, em defesa do "solo pátrio", (o império), mas esquecendo a segunda parte do objectivo dos conjurados, (medidas conducentes à autonomia progressiva e real das "Províncias Ultramarinas").
Costa Gomes foi destituido e enviado para Beja, para o R.I. 3, uma modesta unidade de recrutamento de Infantaria.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Costa Gomes e a Guerra de África II

Criada a Companhia de Caçadores de Lamego e para prossecução dos objectivos almejados, enviou o Secretário de Estado uma equipa de jovens militares como observadores da guerra da Argélia, onde os Franceses se debatiam com uma guerrilha fortemente implantada, numa guerra que vieram a "perder", abdicando, como é sabido.
Desses jovens militares faziam parte dois oficiais do Batalhão 114, de que fez parte a CC 115: O Chefe de Estado Maior do Batalhão, Capitão Lemos Pires e o Comandante da CC 116, Capitão Velasco.

Costa Gomes e a Guerra de África I

Dotado de rara capacidade de análise das situações, de uma inteligência acima dos seus pares e de uma invulgar intuição política, Costa Gomes fica na história ligado, como nenhum outro militar, à Guerra que Portugal manteve em África de 1961 a 1974, desde os seus antecedentes até à descolonização, como consequência da queda da ditadura, e estabelecimento do regime democrático em Portugal.
Secretário de Estado do Exército em 1958, visitou as então chamadas Províncias Ultramarinas, onde verificou a quase inexistência de Forças Militares organizadas.
Isto apesar de ter encontrado na sua mesa de trabalho um projecto de lei que previa a utilização de militares das províncias ultramarinas em eventual teatro de guerra, na Metrópole, documento que não chegaria a ver a luz da publicação.
Prevendo a necessidade de intervir militarmente sobretudo em Angola e prevendo o tipo de guerra que ali se iria travar, criou a Companhia de Caçadores de Lamego com vista à preparação de tropa antiguerrilha.