sexta-feira, 19 de setembro de 2008

CC 115 - Quipetêlo-Beira Baixa






Esta foto aérea da fazenda "Beira Baixa" é bastante posterior relativamente à nossa chegada àquela Fazenda: já se vêem as reconstruções e organização do espaço e ainda um caminho alternativo a poente, denunciando muito uso, que liga à picada (estrada) em baixo e que segue para Nambuangongo, vendo-se ainda a captação de água, no canto inferior direito.


Ao fundo, lá está o palmeiral com as casas dos trabalhadores e nota-se a saída para a Serração. A chegada para quem vem de Quipetêlo é pelo caminho da esquerda que atrás se bifurcou deixando a picada principal para Nambuangongo.
As fotos a seguir são de 1961 e dão melhor ideia do estado em que tudo se encontrava quando ali chegámos.

À chegada a Beira Baixa, durante um período de descontracção do pessoal em pleno terreiro de seca do café, um atirador inimigo alvejou o terreiro com uma rajada de pistola metralhadora vinda da encosta sobranceira e dominante. Rapidamente o pessoal reagiu e o perigo passou.


Terreiro da seca do café na fazenda “Beira Baixa”, dominado pelo monte “QUIBABA”, em fundo.
Do lado oposto ficava o palmar que se pode ver na foto seguinte abaixo.




O Sr NEVES era o patrão da fazenda “Beira Baixa”.
Aqui se desenvolvia grande actividade agro florestal, (agora parada), com serração própria, (agora totalmente destruída), fábrica de óleo de palma, secagem e descasque de café, (igualmente paradas e destruídas as respectivas instalações, bem como a sede/residência dos fazendeiros).
Para esta fazenda se deslocavam anualmente milhares de trabalhadores do sul, (bailundos).


Aspecto do interior da residência da fazenda, totalmente destruída pelo fogo e outras acções dos “terroristas”.
Em fundo e a uma distância de cerca de um quilómetro, fica uma área plana, completamente florestada, escolhida para implantar a futura pista de aviação. A desmatagem começou durante a nossa permanência na B.B.

Eis o grande palmeiral da fazenda "Beira Baixa", donde era colhido o "dendém" de que se extraia o óleo de palma. As casas que se vêem na foto eram destinadas a recolher os trabalhadores da fazenda, sobretudo os bailundos vindos do planalto do Huambo, (Nova Lisboa), por os locais serem mais rebeldes na colaboração/submissão com os colonos brancos.

BEIRA BAIXA
Vamos passar um mês e meio na Beira Baixa, durante a época das chuvas. O reabastecimento da tropa nesta altura foi muito difícil, devido à pressão que o inimigo exercia sobre os itinerários, com emboscadas diárias à patrulhas que os percorriam.
Houve mesmo necessidade de recorrer a reabastecimento aéreo em géneros alimentícios e até fardamento.

Avião lançando fardos com couves e outros géneros hortícolas, bem como sacos de feijão e massas, para alimentação do pessoal, em 11 ou 12 de Setembro na Fazenda “Beira Baixa”.
A segunda quinzena de Julho e a primeira de Setembro foram as piores em relação ao abastecimento de géneros alimentícios.
Dias houve, com apenas uma refeição quente, constituída por arroz cozido com água e sal e mais nada.
Nem as rações de combate existiam, (pois eram reservadas às chamadas tropas de elite: Páras e Caçadores Especiais).
Quando surgiram, constituíram um luxo, só comparável aos maços de cigarros enviados pelo MNF (Movimento Nacional Feminino).

ACTIVIDADE OPERACIONAL
A missão da CC 115, nesta fase, era executar acção de quadrícula para garantir a segurança do itinerário para Nambuangongo e limpeza da zona em áreas como Canacassala, Quifula, João Marques e Serração, garantindo a livre circulação entre Quissacala, Quipetêlo, Beira Baixa, Águas Belas e Nambuangongo.
Isso obrigava a uma actividade permanente com lançamento de patrulhas apeadas para os arredores da Beira Baixa, que eram muito povoados, encontrando-se essas populações totalmente controladas pelos guerrilheiros, refugiadas nas matas e servindo-lhes de apoio logístico.

Dentro desta actividade há que ressaltar duas patrulhas a nível de Companhia, uma no dia 11 a Canacassala e outra no dia 12 a Quimguimbe.
Em Canacassala, grande povoação com arruamentos e praças ou espaços de convívio social, onde havia uma missão protestante e uma escola importantes, e onde se verificava a existência de cerca de seis mil indivíduos recenseados. Se pensarmos que só eram recenseados os indivíduos do sexo masculino com idade para cumprir o serviço militar e pagar imposto, poderemos aceitar, sem erro, que o número de habitantes seria três a quatro vezes superior, portanto aproximando-se dos vinte mil. Próximo de Canacassala localizava-se Quifula, tambem muito povoada.
Quinguimbe era outra grande povoação. Todas estavam abandonadas embora apresentassem vestígios de presença humana recente. Em Canacassala superintendia um tal Miranda Gonga, cuja habitação sobressaia entre as demais, pela grandeza e alguma manifestação de opolência, localizada num ponto destacado.
Depois de termos passado revista a toda a povoação, quando retirávamos, de regresso ao acampamento, em coluna por um, fomos atingidos por uma rajada de pistola metralhadora, semelhante à que atingiu o terreiro do café, quando da nossa chegada e a que me refiri antes.
Felizmente só foi atingido um soldado por um projéctil que lhe entrou numa nádega e saiu sem causar danos graves.
"No dia 13 foi o 3º Pelotão em patrulha de reconhecimento até à Serração, localizada a cerca três quilómetro da sede da fazenda Beira Baixa: tudo calmo.
Em 14 começou o arranjo da casa, isto é, construção de alguns apoios logísticos com carácter mais definitivo, como abrigos e pontos de vigilância periféricos.
A CC 117 voltou para Quissacala e à noite caiu uma tempestade tropical de chuva torrencial e trovoada que parecia fazer cair o Quibaba sobre o acampamento. Tudo foi suportado com estoicismo e valentia ao abrigo de panos de tenda.

O fatídico número 15 (15 de Julho -Kuanda Maúa)
O dia 15 de Setembro, na Beira Baixa, foi dramático para a CC 115.
Quando, em socorro de uma coluna de reabastecimento atacada, a Companhia sofreu dois mortos e um número indeterminado de feridos, devido a um incidente de guerra impossível de controlar.
Este episódio, se não fora a tragédia da morte de dois militares e os ferimentos em muitos outros, alguns com muita gravidade, como o caso do Régua que veio a sofrer amputação de uma perna, teria sido cómico e resumiu-se no seguinte:
Uma coluna de reabastecimento da CC 117, sob o comando do Tenente Reis, sofreu uma emboscada na sítio denominado Matanga, a cerca de dois quilómetros da Beira Baixa, onde estava baseada a CC 115. Durante a emboscada foi especialmente atingido um jeepão Dodge carregado de pessoal, de que resultaram alguns feridos incluindo o respectivo condutor. O comandante da patrulha resolveu abandonar a viatura no local da emboscada e avançar rapidamente para o acampamento de Beira Baixa a fim de socorrer os feridos.
O 3º Pelotão da CC 115 recebeu ordem para recuperar o jeepão abandonado e marchou para o local com os cuidados e precauções que a situação impunha.
Ao sair do acampamento, cruzou-se com a patrulha que entretanto chegava. No local da emboscada, após fazer uma ligeira curva para a direita logo seguida de outra para a esquerda, o 3º Pelotão foi flagelado pelo inimigo com uma rajada de metralhadora, sem consequências. Todo o pessoal reagiu saltando das viaturas e abrigando-se como poude, ao mesmo tempo que respondia ao fogo. Passado pouco tempo, parado o fogo, o inimigo não reagiu mais, mesmo depois de alguns tiros de reconhecimento.
Nesta altura o comandante da 1ª Secção, 2º Sargento Guedes, encontrava-se deitado na beira da picada e chamou o comandante do Pelotão estabelecendo-se o seguinte diálogo:
-Meu Alferes!
-O que é?
-Um tiro! E apontava para um dos seus olhos, repetindo: -um tiro num olho!
Incrédulo o alferes perguntava: - o quê?
E ele repetia:
- Um tiro num olho!
O alferes pensava: então aquele gajo devia estar morto, se levou um tiro num olho...
Aproximou-se do sargento e verificou os óculos que este exibia, com um buraco redondo, com cerca de um centímetro de diâmetro no meio de uma lente.
Perante isto disse-lhe o alferes: - homem, você devia estar morto!
O sargento Guedes respondeu pouco convicto mas convincente: - Se calhar estou!
Isto parece uma anedota, mas os camaradas sabem que se trata de uma estória verídica, ocorrida no dia 15 de Setembro de 1961, em plena picada para a Beira Baixa, e o buraco nos óculos do Guedes terá sido resultado, quiçá, de um invólucro de projéctil extraído de uma arma próxima dele.
A picada era ladeada por floresta muito densa, com árvores e muita vegetação arbórea sob as copas altas. Entretanto o Cabo Bolrão, comandante da 3ª Secção de Atiradores, que se encontrava na testa da coluna, informou o comandante do Pelotão de que já via o jeepão à sua frente, a arder, mas ainda com pouca intensidade.
Examinado o jeepão, verificou-se que ardia na caixa, e na boca do depósito de combustível havia um trapo meio queimado, mas apagado e com vestígios de sangue recente. Isto indiciava que alguém tentara incendiar o depósito da viatura e que esse alguém estaria a sangrar e provavelmente ferido. Com água dos cantis e alguma terra, conseguiu-se apagar o incêndio.
Seguiu-se depois a tentativa de fazer uma batida à zona da floresta donde o inimigo havia atacado, pedindo-se a intervenção de mais um pelotão de caçadores e apoio de fogo de morteiros 81.
Durante a execução da operação e manobras para redireccionar as viaturas, o fogo de apoio foi decorrendo normalmente, flagelando o inimigo.
Em dado momento, verificou-se uma enorme explosão na parte central do dispositivo.
À surpresa inicial acumulada com a tentativa de perceber o que se estava a passar, sucedeu a angústia e o terror da expectativa de poder repetir-se nova explosão. Isto é, eliminada a hipótese de ter sido o inimigo e sabido que não fora lançada nenhuma granada de bazooka pelo nosso operador, só restava uma hipótese possível, que era a de uma granada de morteiro 81 ter perdido o alcance normal e ter caído sobre o dispositivo, o que infelizmente se veio a confirmar. Nesse momento, ouviram-se mais detonações de lançamento de novas granadas da base de fogos no acampamento. Ao comandante do Pelotão, angustiado e impotente, apenas restou a decisão: “abriguem-se porque vem aí mais!”. Isto enquanto dava ordem à base para cessar o fogo. Passados poucos segundos, que pareceram horas, ouviram-se os rebentamentos das granadas, entretanto lançadas, na zona de impacto inicial, para a qual fora regulado o fogo.
No rescaldo da tragédia veio a apurar-se a existência de dois mortos, cujos corpos abafaram a maior parte dos estilhaços, reduzindo assim o número de vítimas mortais, e houve ainda um número indeterminado de feridos graves,(entre 15 e 20).
Os dois mortos, (municiador e remuniciador da equipa de ML Dreyse), eram os soldados nºs 984/60, JORGE AUGUSTO DOS ANJOS e 988/60, JOAQUIM FERREIRA DE BESSA.
Várias viaturas ficaram também inoperacionais, devido a terem sido atingidas por estilhaços da granada que provocaram esvaziamento dos pneus.
Com cerca de metade do efectivo vitimado, valeu o reforço entretanto enviado do Comando da Companhia.
O Tenente Cipriano Pinto assumiu o Comando da Operação in loco e o Alferes Nobre de Campos regressou ao acampamento, na fazenda “Beira Baixa”, comandando uma mini coluna fantasma constituída por duas viaturas: uma GMC,conduzida pelo soldado Arnaldo, transportando os dois mortos e cerca de vinte feridos, alguns muito graves, seguida por um WILLYS armado com metralhadora BREDA, cujo apontador também estava ferido num braço, embora com pouca gravidade. Nesta coluna fantasma apenas três pessoas estavam operacionais: os dois condutores das viaturas e o oficial que se fazia transportar no estribo exterior da GMC, porque na cabine, ao lado do condutor, vinha também um ferido.


Uma GMC igual à referida no texto acima


Jeep Willys com MP Breda instalada, igual ao citado no texto acima.
Repare-se na blindagem com chapa de bidons de 200 litros.


MVHorta disse...
QUIPETELO/FAZENDA BEIRA BAIXAPor motivos que já não me ocorrem, não segui para a Fazenda Beira Baixa com a minha Companhia. Fiquei em Quipetelo com a Companhia 116 e com o "meu Jeep" das Comunicações e respectiva guarnição. No dia 16Set, enquadrado numa coluna da "116" e no caminho para a Beira Baixa, fomos atacados pelo IN que se encontrava entrincheirado numa zona estratégica do nosso itinerário. Relatei este acontecimento num episódio avulso no "Blog http://valhor.blogspot.com - post Quipetelo/Beira Baixa".

À chegada da coluna à Fazenda Beira Baixa, o Oficial de Operações e Informações do BC 114, Capitão Lemos Pires (hoje Ten Gen na reserva) que se encontrava nessa data na Fazenda Beira Baixa, disse-me: -Reconheci-te pela voz! Comunicaste que "estamos a ser atacados" e depois estiveste uns 4 ou 5 minutos sem comunicares mais nada. Ficamos preocupados. Concretamente o que foi que se passou?

Disse-lhe então o seguinte: -O IN ao emboscar a coluna de viaturas referenciou o Jeep das transmissões ao ouvir a minha comunicação rádio dirigida à Estação Directora da Rede a comunicar o que se estava a passar. Mas como o fogo do IN passava a rasar o Jeep das transmissões e consequentemente sobre as nossas cabeças, por uns momentos, como medida preventiva, coloquei o volume do ANGRC-9 no "mute", a fim de evitar o pior. Logo que as viaturas da frente iniciaram a marcha, aumentei o volume do E/R e informei o Comandante da Companhia 115 da situação e do rescaldo da operação.

Em termos de vulnerabilidades as redes rádio, que operavam em HF (Onda Curta) eram passíveis de ser escutadas com relativa facilidade, sem qualquer possibilidade de tal facto ser detectado. Qualquer simples receptor podia inadvertida ou propositadamente, captar a emissão daquelas redes desde que estivessem reunidas determinadas condições técnicas, tais como proximidade física, condições de transmissão, etc. Acontecia, porém, que nas deslocações os radiotelegrafistas não colocavam os auscultadores porque o capacete de aço dificultava a sua colocação e obviamente também eram facilmente referenciados pelo IN. Até então, as comunicações consideradas mais seguras eram aquelas transmitidas em "morse", quer o conteúdo da mensagem fosse cifrada, (protecção criptográfica que é resultante da conversão de linguagem clara para linguagem ininteligível, destinada a proteger as comunicações contra intercepção não autorizada), ou em claro. As situações de excepção só se realizavam quando a urgência na comunicação fosse absolutamente essencial e a informação já não pudesse ser explorada em tempo útil e não se dispusesse de outros meios mais seguros "scramblers".
Sábado, 20 Setembro, 2008.

PS. Pareceu-me oportuno transcrever para aqui o texto do MVHORTA, pelo que tem de realismo e por abordar um aspecto tão importante nas operações militares, as comunicações.

2 comentários:

MVHorta disse...

QUIPETELO/FAZENDA BEIRA BAIXA
Por motivos que já não me ocorre, não segui para a Fazenda Beira Baixa com a minha Companhia. Fiquei em Quipetelo com a Companhia 116 e com o "meu Jeep" das Comunicações e respectiva guarnição.
No dia 16Set, enquadrado na coluna da "116" e no caminho para a Beira Baixa, fomos atacados pelo IN que se encontrava entrincheirado numa zona estratégica do nosso itinerário. Relatei este acontecimento num episódio avulso no "Blog http://valhor.blogspot.com - post Quipetelo/Beira Baixa".
À chegada da coluna à Fazenda Beira Baixa, o Oficial de Operações e Informações do BC 114, Senhor Capitão Lemos Pires (hoje Ten Gen na reserva) que se encontrava nessa data na Fazenda Beira Baixa, disse-me: Reconheci-te pela voz! Comunicaste que "estamos a ser atacados" e depois estiveste uns 4 ou 5 minutos sem comunicares mais nada. Ficamos preocupados. Concretamente o que foi que se passou? Disse-lhe então o seguinte: - O IN ao emboscar a coluna de viaturas referenciou o Jeep das transmissões ao ouvir a minha comunicação rádio dirigida à Estação Directora da Rede a comunicar o que se estava a passar. Mas como o fogo do IN passava a rasar o Jeep das transmissões e consequentemente sobre as nossas cabeças, por uns momentos, como medida preventiva, coloquei o volume do ANGRC-9 no "mute", a fim de evitar o pior. Logo que as viaturas da frente iniciaram a marcha, aumentei o volume do E/R e informei o Comandante da Companhia 115 da situação e do rescaldo da operação.
-
Em termos de vulnerabilidades as redes rádio, que operavam em HF (Onda Curta) eram passíveis de ser escutadas com relativa facilidade, sem qualquer possibilidade de tal facto ser detectado. Qualquer simples receptor podia inadvertida ou propositadamente, captar a emissão daquelas redes desde que estivessem reunidas determinadas condições técnicas, tais como proximidade física, condições de transmissão, etc.
Acontecia, porém, que nas deslocações os radiotelegrafistas não colocavam os auscultadores porque o capacete de aço dificultava a sua colocação e obviamente também eram facilmente referenciados pelo IN.
Até então, as comunicações consideradas mais seguras eram aquelas transmitidas em "morse" quer o conteúdo da mensagem fosse cifrada (protecção criptográfica que é resultante da conversão de linguagem clara para linguagem ininteligível, destinada a proteger as comunicações contra intercepção não autorizada) ou em claro. As situações de excepção só se realizavam quando a urgência na comunicação fosse absolutamente essencial e a informação já não pudesse ser explorada em tempo útil e não se dispusesse de outros meios mais seguros "scramblers".

MVHorta disse...

A plantação de cafeeiros existente na Fazenda Beira Baixa também se encontrava parcialmente destruída.
As intenções da UPA (de Holden Roberto) eram de prejudicar directamente a colheita do café nas fazendas, desarticulando a economia angolana. Essa colheita devia ter começado no segundo terço do mês de Junho na zona de Carmona. A UPA fazia tudo para a prejudicar ou anular. Era a "guerra do café" que atingia aquela zona do Norte de Angola. A colheita do café era normalmente executada por trabalhadores Bailundos. Estes homens, naturais da região do Huambo, eram um dos objectivos da repressão da UPA, tentando afastá-los do apoio ao trabalho dos fazendeiros.