Com a devida vénia, "roubei" a http://valhor.blogspot.com estes maravilhosos exemplares de cédulas monetárias, comumente designadas por notas.
Seguem-se dois exemplares, ou melhor as duas faces da nota de 100 KUANZAS, já impressa após a independência, provavelmente fazendo parte da primeira série.
Seguem-se dois espécimes de 10000 e 500000 kuanzas, bem significativos da inflacção galopante que invadio a República Popular de Angola nos tempos difíceis da guerra civil.
A figura "palancas pretas" da nota de 10 000 Kwanzas, do Banco Nacional de Angola, ano de 1991, é idêntica às figuras das notas de 1 000$00 (Barragem das Mabubas), do Banco de Angola, emitidas nos anos de 1956 e 1970, figuras das personagens Brito Capelo e de Américo Tomás, respectivamente. Valhor, dixit.
ANTES DA INDEPENDÊNCIA
Embora o Banco de Angola fosse a entidade privilegiada para as emissões nesta antiga colónia portuguesa, existem também no período aqui descrito outras entidades envolvidas (emitentes).
A propósito dos nomes das várias unidades monetárias usadas em Angola, vem a propósito referir, alem do escudo e do angolar, a macuta e o sauevo, alem de possivelmente outros que não conheço.
O angolar foi unidade monetária muito divulgada por toda a Província e ele seria uma tentativa de uniformizar as diversas unidades monetárias existentes. Mais tarde seria substituído pelo escudo angolano, designação idêntica à da Metrópole Portuguesa.
Mas muito interessantes são as designações de sauevo e macuta! O sauevo era e moeda de 2$50, que no Alto Zambeze era aceite como unidade monetária. Lembro-me de, em Lumbala, assistir à venda de tecas de carne de boi, talvez com um quilo cada uma, por um sauevo, (2$50).
Quanto à Macuta, de origem no norte de Angola e comum à República do Congo, há que ter em conta que é um erro dizer "macuta". Deveria dizer-se uma "licuta" e duas "macuta". Tem razão os Congoleses quando dizem: "un licute et deux macute" em francês. Isto porque há que ter em conta um fenómeno linguístico, de certo modo comum entre as etnias da região, que consiste em formar os plurais das palavras com prefixos, em vez de sufixos, como as línguas europeias.
Assim, entre os Luenas, Lundas e Quiocos do Alto Zambeze, diz-se: lisso, (um olho), messo,(dois olhos); lituitui, (uma orelha), matuitui, (duas orelhas), etc, etc... o prefixo "li" designa singular e o "ma" é plural. Por exemplo, os Luenas diziam "Malfelo", para significar Alferes, por julgarem ser um plural, uma vez que tinha um "s" no fim da palavra.
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