A propósito dos livros que estão a ser publicados e distribuídos com o jornal Correio da Manhã e sobretudo a propósito da Operação Viriato, convém fazer algumas observações e desfazer alguns mitos, esclarecendo até alguns erros e omissões mais chocantes, para que não se exaltem demasiado os “heróis”, nem se amesquinhe a arraia miúda que fez efectivamente a Guerra e a sofreu – muitos, (demasiados, um já seria muito), lá ficaram!
O Mito de Nambuangongo
Um dos estádios da guerra subversiva é a ocupação de parte do território que se pretende “conquistar” e instalar aí o poder da guerrilha, instituindo um governo provisório, que poderá estar algures no estrangeiro. Por esse motivo e para que outros movimentos não se antecipassem, (o MPLA havia desencadeado os acontecimentos de Luanda, em Fevereiro), a UPA avançou de modo precipitado e com o maior terror possível, com os ataques a Fazendas e localidades no norte de Angola e Dembos, em Março (16) e deu um salto qualitativo com a criação do “Reino independente de Nambuangongo”.
O Mito de Nambuangongo
Um dos estádios da guerra subversiva é a ocupação de parte do território que se pretende “conquistar” e instalar aí o poder da guerrilha, instituindo um governo provisório, que poderá estar algures no estrangeiro. Por esse motivo e para que outros movimentos não se antecipassem, (o MPLA havia desencadeado os acontecimentos de Luanda, em Fevereiro), a UPA avançou de modo precipitado e com o maior terror possível, com os ataques a Fazendas e localidades no norte de Angola e Dembos, em Março (16) e deu um salto qualitativo com a criação do “Reino independente de Nambuangongo”.
Mas Nambuangongo como fortaleza ou lugar de resistência já não existia: quantas vezes terá sido bombardeada pela aviação portuguesa? Só a igreja estava em pé e tinha-se salvo uma imagem de N.S. de Fátima. Curioso, não é? Pois, quem respeitou a igreja e a imagem da virgem foram os pilotos que atacaram a vila.
Os “turras” não tinham capacidade para fazer tão grandes destruições, embora tenham destruído tudo o que puderam, mas, nas construções, procuravam sobretudo as canalizações para fazer os canhangulos.
Operação Viriato
Tendo por objectivo propagandístico ocupar Nambuagongo, ela não pode resumir-se a esse “pequeno? grande?” episódio. A resistência do IN manifestou-se e instalou-se na floresta, santuário e refúgio das populações e dos guerrilheiros que, em momentos por si escolhidos, acorriam aos caminhos e a locais propícios, para atacar os militares portugueses.
O BC 96 do T.Coronel Maçanita e a Compª de Cavalaria do Cap Abrantes chegaram a Nambuangongo e o BC 114 não chegou. Parabéns aos Heróis!
Operação Viriato
Tendo por objectivo propagandístico ocupar Nambuagongo, ela não pode resumir-se a esse “pequeno? grande?” episódio. A resistência do IN manifestou-se e instalou-se na floresta, santuário e refúgio das populações e dos guerrilheiros que, em momentos por si escolhidos, acorriam aos caminhos e a locais propícios, para atacar os militares portugueses.
O BC 96 do T.Coronel Maçanita e a Compª de Cavalaria do Cap Abrantes chegaram a Nambuangongo e o BC 114 não chegou. Parabéns aos Heróis!
Que grande humilhação para o BC 114!!!
A “guerra de capoeira” do Estado Maior versus não Estado Maior, referida na publicação, infelizmente terá sido real e verdadeira, mas cuidado! O maior erro esteve na avaliação ou falta dela, no que se refere às capacidades e objectivos do IN. Os planificadores da operação aceitaram como boa a ideia de que o itinerário central, por Lifune, Quicabo, Balacende, Quissacala, Beira Baixa, Águas Belas, Onzo era o itinerário mais curto e directo, logo o mais fácil e rápido. Só que o IN pensou da mesma maneira e dirigiu para aí a sua principal resistência. Recorde-se o Combate de Quicabo e as suas circunstâncias e consequências: estavam ali combatentes da UPA de todos os comandos da região incluindo Nambuangongo, e Quipedro que fica a norte daquela vila. Ali morreram, sem dúvida os melhores e grande quantidade de combatentes da UPA, o que foi reconhecido pelo próprio IN. Veja-se neste blog o post sobre O Combate de Quicabo.
Também aqui, na referência ao Combate de Quicabo há uma expressão que não é correcta. Afirma-se na página 9 que, cito: “até que os militares da frente conseguiram fugir aos guerrilheiros…”. Isto não é verdade! Nenhum dos nossos militares fugiu a quenquer que fosse. Bem pelo contrário, todos se mantiveram firmes e audazes na luta corpo a corpo utilizando as baionetas das suas espingardas, algumas das quais ficaram dobradas e não perdemos nenhum material, (armamento ou munições), embora esse fosse um dos principais objectivos do IN - capturar material.
Respeitemos a memória dos que morreram lutando! Estes foram talvez "os únicos mortos em combate" durante toda a guerra de Angola. A luta corpo a corpo foi uma realidade, repito para que conste da história.
A “guerra de capoeira” do Estado Maior versus não Estado Maior, referida na publicação, infelizmente terá sido real e verdadeira, mas cuidado! O maior erro esteve na avaliação ou falta dela, no que se refere às capacidades e objectivos do IN. Os planificadores da operação aceitaram como boa a ideia de que o itinerário central, por Lifune, Quicabo, Balacende, Quissacala, Beira Baixa, Águas Belas, Onzo era o itinerário mais curto e directo, logo o mais fácil e rápido. Só que o IN pensou da mesma maneira e dirigiu para aí a sua principal resistência. Recorde-se o Combate de Quicabo e as suas circunstâncias e consequências: estavam ali combatentes da UPA de todos os comandos da região incluindo Nambuangongo, e Quipedro que fica a norte daquela vila. Ali morreram, sem dúvida os melhores e grande quantidade de combatentes da UPA, o que foi reconhecido pelo próprio IN. Veja-se neste blog o post sobre O Combate de Quicabo.
Também aqui, na referência ao Combate de Quicabo há uma expressão que não é correcta. Afirma-se na página 9 que, cito: “até que os militares da frente conseguiram fugir aos guerrilheiros…”. Isto não é verdade! Nenhum dos nossos militares fugiu a quenquer que fosse. Bem pelo contrário, todos se mantiveram firmes e audazes na luta corpo a corpo utilizando as baionetas das suas espingardas, algumas das quais ficaram dobradas e não perdemos nenhum material, (armamento ou munições), embora esse fosse um dos principais objectivos do IN - capturar material.
Respeitemos a memória dos que morreram lutando! Estes foram talvez "os únicos mortos em combate" durante toda a guerra de Angola. A luta corpo a corpo foi uma realidade, repito para que conste da história.
A propósito e sobre este mesmo assunto transcrevo um desabafo bem espontâneo e revoltado do Camarada VALHOR, radiotelegrafista do 2º Pelotão que seguia na frente e sofreu o choque do combate com toda a violência. Aqui ele corrige outro pormenor, embora de menor importância: quem acorreu à frente em auxílio do 2º Pel foram os homens do 3º Pel que íam em segundo lugar na coluna e não o 1º, como erradamente consta do Arquivo Militar.
Diz o VALHOR:
"No Anexo II, Pág. 8 e 9 "EMBOSCADA QUE ATRASOU O BATALHÃO DE CAÇADORES 114, refere: "..... o ataque durou entre 15 a 20 minutos. Até que os militares da frente conseguiram fugir aos guerrilheiros e os de trás puderam fazer fogo".Como assim???:O 2º.pelotão, não obstante ter sofrido 6 mortos e 14 feridos, manteve-se firme na frente lutando heroicamente corpo a corpo com o "IN" e protegendo os seus feridos e os corpos dos seus mortos, até à chegada do 3º. pelotão que vindo imediatamente da retaguarda ajudou a desbaratar os emboscados. O "IN" deixou no local centenas de mortos dos seus melhores guerrilheiros.Se o 2º. pelotão tivesse fugido!!! o "IN" ter-se-ia apoderado das armas dos n/mortos e feridos, o que não aconteceu. Este episódio está muito mal contado. Propositadamente ou não, não sei. Foi relatado certamente por quem não esteve lá! "
Voltando ao atraso do BC 114, é necessário dizer o seguinte:
O dia “D” para a operação não foi o mesmo para todas as unidades: enquanto o BC 96 tem o seu dia “D” a 10 de Junho no Úcua, (que talvez seja bom não recordar as correntes de Quissacala da Pedra Verde), o BC 114 só terá o seu dia “D” a 15 de Julho, a partir da Ponte do Lifune. Portanto mais de um mês depois.
Por outro lado o T.Coronel Maçanita refere que se meteu atrás das auto-metralhadoras do Pel CAV e ala para Nambuangongo!
O dia “D” para a operação não foi o mesmo para todas as unidades: enquanto o BC 96 tem o seu dia “D” a 10 de Junho no Úcua, (que talvez seja bom não recordar as correntes de Quissacala da Pedra Verde), o BC 114 só terá o seu dia “D” a 15 de Julho, a partir da Ponte do Lifune. Portanto mais de um mês depois.
Por outro lado o T.Coronel Maçanita refere que se meteu atrás das auto-metralhadoras do Pel CAV e ala para Nambuangongo!
Muito bem, o BC 114 chegou até à Beira Baixa sem qualquer reforço de Cavalaria ou auto metralhadoras. Apenas recebeu o reforço do Pel Cav comandado pelo Alferes Marinho Falcão e não pelo Manuel Monge, como erradamente consta da publicação, quando já estava nessa Fazenda, depois de ter sofrido emboscadas de grande resistência do IN.
Os “heróis” e os “bobos”
Os heróis fazem a história, os bobos contam-na e os historiadores interpretam-na.
Sem desmerecer dos feitos do BC 96 e seus heróis, não posso deixar de lembrar aqui um pequeno episódio bem esclarecedor: O Combate de Quicabo, em Quanda Maúa, a 5 quilómetros do Lifune, em 15 de Julho de 1961 foi a maior tragédia em que me vi envolvido em toda a minha vida!
Aí por Outubro de 1961, numa patrulha que fiz à retaguarda, vim encontrar um camarada, comandante do Pelotão que fazia a segurança da Ponte do Lifune, obra de arte recuperada em madeira e fundamental para garantir as comunicações rodoviárias, completamente acagaçado e aterrorizado, dirigindo-se-me nestes termos e a tremer: “ó C…..(Noca), eles estão muito longe?” Eles era o IN. Omito o nome do camarada por motivos óbvios.
Em finais de 1963, estando colocado na E.P.I., um dia entrei na Sala de Oficiais e deparei com quase todos os oficiais da unidade, dispostos em círculo e assistindo ao relato de uma guerra, (batalha), em Angola, produzido por um camarada que se desdobrava em gestos de ataque e defesa, descrevendo cenas inauditas de terror e morte, com luta corpo a corpo e catanas e baionetas e depois a bazooka e a MP Breda, etc, com um realismo tal que todos viviam aquele espectáculo de horrores. Eu próprio fiquei admirando aquela narrativa, até ao momento em que verifiquei que a estória que ele contava não era dele, mas antes a que a minha CC 115 tinha vivido no dia 15 de Julho, a 5 quilómetros da Ponte do rio Lifune. Este camarada era o mesmo que encontrara acagaçado na Ponte do Lifune em 1961.
Luta Corpo a Corpo
Os relatos produzidos na publicação sobre este assunto parece não condizerem com os do Alferes Miquelina que foi do BC 96, o qual afirma algures no seu blog que “isso de luta corpo a corpo, nunca existiu na Guerra de Angola!”, cito de memória.
Pelos vistos a guerra do Alferes Miquelina não foi a mesma que os elementos do BC 96 fizeram e relataram para o autor do livro. Vejam lá se se entendem! O Alferes Miquelina também era do 96.
Os “heróis” e os “bobos”
Os heróis fazem a história, os bobos contam-na e os historiadores interpretam-na.
Sem desmerecer dos feitos do BC 96 e seus heróis, não posso deixar de lembrar aqui um pequeno episódio bem esclarecedor: O Combate de Quicabo, em Quanda Maúa, a 5 quilómetros do Lifune, em 15 de Julho de 1961 foi a maior tragédia em que me vi envolvido em toda a minha vida!
Aí por Outubro de 1961, numa patrulha que fiz à retaguarda, vim encontrar um camarada, comandante do Pelotão que fazia a segurança da Ponte do Lifune, obra de arte recuperada em madeira e fundamental para garantir as comunicações rodoviárias, completamente acagaçado e aterrorizado, dirigindo-se-me nestes termos e a tremer: “ó C…..(Noca), eles estão muito longe?” Eles era o IN. Omito o nome do camarada por motivos óbvios.
Em finais de 1963, estando colocado na E.P.I., um dia entrei na Sala de Oficiais e deparei com quase todos os oficiais da unidade, dispostos em círculo e assistindo ao relato de uma guerra, (batalha), em Angola, produzido por um camarada que se desdobrava em gestos de ataque e defesa, descrevendo cenas inauditas de terror e morte, com luta corpo a corpo e catanas e baionetas e depois a bazooka e a MP Breda, etc, com um realismo tal que todos viviam aquele espectáculo de horrores. Eu próprio fiquei admirando aquela narrativa, até ao momento em que verifiquei que a estória que ele contava não era dele, mas antes a que a minha CC 115 tinha vivido no dia 15 de Julho, a 5 quilómetros da Ponte do rio Lifune. Este camarada era o mesmo que encontrara acagaçado na Ponte do Lifune em 1961.
Luta Corpo a Corpo
Os relatos produzidos na publicação sobre este assunto parece não condizerem com os do Alferes Miquelina que foi do BC 96, o qual afirma algures no seu blog que “isso de luta corpo a corpo, nunca existiu na Guerra de Angola!”, cito de memória.
Pelos vistos a guerra do Alferes Miquelina não foi a mesma que os elementos do BC 96 fizeram e relataram para o autor do livro. Vejam lá se se entendem! O Alferes Miquelina também era do 96.
Outra inverdade
Na página 16, cito: "O Batalhão 114 continuava acantonado na zona de Quissacala - onde seria reforçado por um pelotão de Cavalaria comandado pelo então alferes Manuel Monge."
Saberá o autor o significado da palavra "acantonado"? Certamente que não. Poderia haver acantonamento em Luanda, no Caxito, onde a CC 115 esteve acantonada 10 dias, até talvez em Nambuangongo, mas nunca em Quissacala. Por outro lado o Pelotão de Cavalaria só chegou ao BC 114 quando as Companhias 115 e 117 já estavam na Beira Baixa e era comandado pelo Alferes Marinho Falcão e não por Manuel Monge.
Se a heroicidade de uma unidade se medisse pelo número de baixas sofridas (mortos e feridos) ou pelo número de baixas causadas ao IN, aí provavelmente a história era diferente e os rankings do BC 96 e do BC 114 teriam uma interpretação diferente.
Mas isto não é uma compita de quem mais morre ou quem mais mata. Eu, por exemplo, nem sei se matei alguém, o que ainda assim, não traquiliza a minha consciência. A guerra é coisa suja!!!
Não quero terminar este post sem fazer referência ao serviço de saúde e apoio aos feridos em combate, no caso em apreço agravado pelo facto de o Furriel Enfermeiro ter sido um dos primeiros mortos. Houve necessidade de lançar mão de todos e todos foram "socorristas e maqueiros", procedendo à evacuação dos feridos para a retaguarda em condições verdadeiramente precárias.
Mas demos voz ao Camarada Valadas Horta que me fez chegar o seguinte trabalho.
...MVHorta disse:
"No comentário ao post "Combate de Quicabo", falei pouco do trabalho desenvolvido pelo médico da CC 115 Tenente Miliciano, Augusto Correia Simões.
Quem sou eu para falar da aflição ou quiçá da presença de espírito do Dr. Simões referente ao episódio de Quanda Maúa?
Sei, contudo, que o seu "braço direito", o enfermeiro João Maria Certo Loureiro, furriel miliciano, que ia sentado a meu lado num jeep, foi um dos primeiros mortos na emboscada. Foram disparados contra ele, dois tiros de canhangulo.
O Dr. Simões teve que enfrentar esta dura realidade com os maqueiros e "socorristas", pessoas cheias de boa vontade mas sem qualidades básicas que exigem necessariamente aprendizagem.
Na presença de 6 mortos e de 14 feridos, alguns dos quais com gravidade, as coisas, neste clima de guerra campal, não se tornaram nada fáceis de resolver, pois, o número de feridos era elevado para que fossem prestados adequadamente os primeiros socorros; havia que saber qual das vítimas deveria ser socorrida, em primeiro lugar e foi quase inevitável a existência de uma certa demora na prestação do auxílio imediato que se impunha.
Por razões óbvias e sem um tipo de "farmácia portátil", este tipo de assistência foi prestado sem qualquer equipamento ou material adequado. Além disso, é sempre imprescindível o conhecimento da técnica de aplicação de ligaduras, talas e torniquetes, massagens cardíacas e outras medidas de urgência ajustadas a cada caso, até os feridos serem devidamente assistidos pelo médico.
É confrangedor assistir ao estado de agitação e de aflição dos feridos nestas circunstâncias. Neste caso, os feridos clamam pelas mães, pelas namoradas e pelas pessoas que lhes são mais queridas, dado o seu estado de ansiedade. Perante uma situação desta natureza, os presentes condoem-se mais com o estado dos feridos do que propriamente com os mortos. Ocorre-me que, um dos feridos graves com hemorragias provenientes do corte de artérias, o sangue saía-lhe em jactos (hemoptise?) correspondentes às pulsações do coração e foi necessário evitar o "estado de choque", (Este nosso companheiro, ferido gravemente, com perfurações nas costas, provocadas por catanadas, inacreditavelmente, sobreviveu, felizmente).
O médico da "115", Dr. Correia Simões, teve muito trabalho nesse dia!"
3 comentários:
O ataque de Quanda Maúa - Ataque de Quicabo
Eu vi! Infelizmente, estive lá.
Reagindo àquilo que se encontra escrito no "TESTEMUNHO - A emboscada que atrasou o Batalhão de Caçadores 114", nas páginas 8 e 9, refere:
"..........até que os militares da frente conseguiram fugir aos guerrilheiros .........." apresso-me a dizer que, ninguém do meu pelotão (2º) bateu em retirada. Acrescento: Repudio o termo "fugir". Não me recordo quantas viaturas se deslocavam em "coluna de viaturas" mas presumo que andasse na ordem de uma 40. Os guerrilheiros atacaram em massa as viaturas da frente e o 2º. pelotão da CC 115 que seguia na testa da coluna sofreu o ímpeto do "IN". A pelejar (luta corpo a corpo), perderam a vida 6 militares e 14 ficaram feridos, alguns dos quais com gravidade. O pelotão era constituído por 38 militares e apenas 18 saíram ilesos desse confronto; eu, felizmente, figurei na lista dos 18 que não sofreu qualquer lesão. Mais: A coluna de viaturas ficou imobilizada temporariamente e sem alternativa possível a qualquer manobra. O 3º. pelotão, que seguia imediatamente atrás do 2º., dada a gravidade da situação em que se encontrava o 2º. pelotão, apressou-se a reforçá-lo quase de imediato, ajudando a combater o "IN". Repito: Nenhum militar da frente esboçou sequer fugir. Não abandonámos os nossos mortos, socorremos os feridos com a brevidade possível e não deixamos extraviar nem armamento nem qualquer peça de equipamento.
Dúvidas, se as houvesse: Três dos feridos graves dessa emboscada foram: Os soldados Carlos Francisco Fragoso Pires, aposentado e ex-funcionário da RTP;
Durval Prata Ferreira, ambos agraciados com "A medalha de Cobre de Valor Militar c/Palma" (houve mais condecorações) e Mário Mendes Felício (que esteve longos meses internado no Hospital Militar de Luanda); os dois últimos naturais e residentes em Sines.
Concordo com aquilo que diz o NOCA: "Sem tirar o mérito ao Bat. Caç. 96, que o teve, não vale todavia "beliscar" o Batalhão 114".
No meu Blog,
http://valhor.blogspot.com/
post "Episódios Avulsos" falei um pouco do que se passou em Quanda Maúa. Vidé também "Comentários".
A propósito do "acagaçado":
O forte dos impostores são as bazófias.
As peças de teatro podem contar histórias verdadeiras ou inventadas.
Toadavia, quando são bem representadas por bons actores e bem escritas por bons autores as peças acabam por parecer verdadeiras aos espectadores.
É por isso que se diz que "o hábito não faz o monge".
A pessoa que veste um hábito nem sempre é monge.
Já houve ladrões que assim se vestiram para melhor roubarem.
Portanto, não se deve confiar numa pessoa desconhecida só porque ela está bem vestida, pois isso não é prova de honestidade.
Os Romanos já costumavam dizer que "a toga de linho não faz o sacerdote de Ísis". Este provérbio foi muito empregado na Idade Média, citado por Gregório IX e por S. Jerónimo, além de versificado numa passagem do Roman de la Rose. S. Jerónimo precisa o sentido do provérbio dizendo "Não é pelo hábito que se reconhece o monge, mas pela sua observação da regra e pela perfeição da sua vida".
Boa MVHorta! Não te conhecia essa faceta. Agora manifestas-te como expert e conhecedor da história do Império Romano e dos primórdios da história da Igreja nos seus aspectos mais recônditos.
Gostei dessas citações e referências, bem a propósito.
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