domingo, 24 de fevereiro de 2008

Finais de Fevereiro de 1961

Nos quartéis, Centros de Instrução de Recrutas, continuava a azáfama diária de dar cumprimento aos horários e programas de instrução antecipadamente delineados:
ginástica sueca matinal, três dias por semana, ginástica de aplicação militar dois dias por semana, muitas horas diárias de ordem unida, educação militar e cívica, armamento e tiro, e aos sábados a célebre limpeza da arma e respectiva revista, seguida da revista semanal às casernas e quartel em geral, pelo 2º Comandante da Unidade. Depois do almoço de sábado seguia-se o fim-de-semana para descanso e recuperação do pessoal.
Paralelamente aos programas da recruta, funcionavam no quartel de Beja, em regime de semi voluntariado, as Escolas Regimentais, onde quem quisesse, os analfabetos a grande percentagem, podiam aprender as primeiras letras, ou os alfabetizados podiam melhorar os seus conhecimentos, com vista a eventual entrada nos quadros permanentes do exército, os RDs ou “lateiros”, como se chamavam, pejorativamente. Nesta altura, já a escola de recrutas tinha feito progressos assinaláveis, nomeadamente na ordem unida e marcha: até já tínhamos feito uma apresentação dos recrutas à cidade, em marcha garbosa através das ruas mais concorridas.
Penso que foi nesta apresentação que, ao passar a coluna na Rua dos Infantes, uma linda Donzela, qual Mariana Alcoforado pelo Tenente francês, se deixou seduzir por um aprumado e elegante Aspirante de Infantaria, com quem fez a guerra em Quicabo e ainda hoje partilha a sua felicidade naquela cidade de Beja.
“Tou certo ou tou errado”, Alferes Freitas?

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