segunda-feira, 7 de julho de 2008

CC 115 - Caxito (Zona de Reunião)-I

O tempo urge e a preparação imediata para a intervenção operacional exige actividade permanente do pessoal. Nesse sentido, à patrulha do 3º Pelotão ontem a Anapasso, seguiu-se hoje uma saída de toda a Companhia para o mato, em deslocamento apeado, com permanência durante a noite naquele ambiente desconhecido e com regresso ao acantonamento no dia seguinte. Aí, os inimigos foram os mosquitos, além de todos os ruídos nocturnos que se ouvem na selva africana durante a noite, desde os produzidos por macacos desavindos, até aos dos necrófagos mais atrevidos. Nos deslocamentos nocturnos, ainda a ligação entre os elementos das patrulhas são mais difíceis de conseguir: se de dia era impossível manter as formações de combate, devido à densidade da vegetação, como já referi, de noite era mesmo impossível qualquer deslocamento por desconhecimento total do ambiente e não haver pontos de referência conhecidos nem cartas topográficas.
Por isso a noite foi passada num ponto estratégico que permitia uma boa defesa periférica e ali esperámos que amanhecesse.
No dia seguinte, pelas nove horas, estava a Companhia de regresso ao acantonamento, sem qualquer incidente.

2 comentários:

MVHorta disse...

Desta vez coube-me a mim ficar no vetusto edifício do Caxito, onde a Companhia se encontrava acantonada, a fim de manter a ligação com o Comando da Companhia e também com o Comando de Batalhão que funcionava como Estação Directora da Rede Rádio.
Uma curiosidade:
Numa dependência do velho edifício, e por debaixo de um aglomerado de toros de madeira e de lixarada, "a malta" conseguiu descobrir um cofre do tipo mono-bloco fechado e desacompanhado das respectivas chaves.
Decisão do grupo: "Há aí picaretas. Vamos arrombar o cofre, mas ninguém mia!!!
Dito e feito! Foi quase uma tarde inteira a picaretar aquelas grossas chapas de aço, nomeadamente a gaveta interior, de difícil acesso.
Resumindo e concluindo: No interior do cofre havia muitas cartas íntimas de um homem, a residir no Caxito e de uma mulher, que residia no "Puto" mas quanto a dinheiro, apenas tinha no seu interior, metade de uma nota de vinte angolares. Uma desilusão!
O crime já prescreveu com toda a certeza!...
No dia seguinte o Comandante da Companhia andou por ali a tentar descobrir quem teria arrombado o cofre, mas ninguém "miou"!...

NOCA disse...

"AD OMNIA PARATI!" ou melhor "ESPÍRITO DE CORPO!" ou melhor ainda , como diria o Cardoso: "O ESPIRITO DA 115!".
Essa passou-me ao lado, como muitas outras. Por isso era interessante a intervenção das várias memórias que todos terão, mas não aparecem.
A que não passou ao lado foi a irmã do professor auxiliar da missão: a Maria Custódia que era uma mulatinha linda de morrer por ela.
Coisas de juventude, mas sem strss.