sexta-feira, 27 de junho de 2008

CC 115 - Operação Viriato



Antecedentes

A UPA havia-se instalado no chamado “Reino de Nambuangongo”, cuja fronteira Sul era definida pelo Rio Lifune, depois de destruída a Ponte sobre o mesmo rio, em Anapasso. O aparecimento nos meios internacionais da notícia da existência do “REINO DE NAMBUANGONGO”, provocou em Luanda e Lisboa grande perturbação ao nível mais alto do poder político, devido ao impacto que tal notícia provocava nos areópagos internacionais, nomeadamente nas Nações Unidas.

Em consequência o Comando Chefe ordenou a imediata ocupação de Nambuangongo e os estrategas começaram a delinear as tácticas e as manobras operacionais, no sentido de conseguir o desiderato do poder político. Foi assim estabelecido um plano de ocupação de Nambuangongo, (OPERAÇÃO VIRIATO), que seria conseguida do seguinte modo: 3 forças autónomas avançariam sobre Nambuangongo por 3 itinerários convergentes naquela povoação, a saber: a primeira,(BC 114), com base na região de Caxito/Mabubas, avançaria por Anapasso, Quicabo, Balacende, Quissacala, Beira Baixa, Bela Vista, Onzo, Nambuangongo; a segunda, (BC 96), com base em Úcua e contornando a célebre Pedra Verde, avançaria por Pedra Boa, Quibaxe, Quitexe, Mucondo, Muchaluando, Onzo, Nambuangongo; a terceira,(CC 158+), com base na região de Ambriz, avançaria na direcção nascente por Zala, Onzo, Nambuangongo.

Deslocamento para as zonas de reunião
Em 8/9 de Junho o BC 96 deixara Luanda, indo sedear-se na região de Úcua, onde levou a efeito algumas operações iniciais de exploração da zona. Numa tentativa de se aproximar da Pedra Verde, (a mítica Pedra Verde, onde se dizia que existiam galerias subterrâneas, para abrigo dos "terroristas"), ao atingir o local denominado por "as correntes", por ali existirem dois grandes pilares em cimento, ladeando a picada, e ligados por grossas correntes de ferro, o seu avanço foi travado por forte resistência inimiga que lhe causou baixas significativas, perdendo mesmo algum armamento para o inimigo. Estas "correntes" numa picada em plena floresta, tem uma estória , no mínimo, curiosa. Os senhores de Úcua eram os famosos Cunha e Irmão, grandes produtores de cisal, extração de madeiras e detentores de grandes plantações de café, de que sobressaía a Fazenda QUIBABA, de que falaremos mais tarde. Em Quissacala da Pedra Verde existiam muitos autóctones produtores de café com grande sucesso e que já dispunham de viaturas automóveis. A picada que servia Quissacala atravessava parte da Fazenda Quibaba (produtora de madeira e café) e isso desagradava a "Cunha & Irmão". Estes resolveram impedir a passagem a viaturas, colocando as tais correntes.
O certo é que o BC 96(+) não entrou e teve de contornar por Pedro Boa (estrada asfaltada) e seguir por Muxaluando rumo a Nambuangongo.

Na região do Ambriz estava tambem constituída uma unidade de combate: A Companhia de Cavalaria 158, reforçada com armas pesadas e sapadores, (CC 158+), a qual de oeste para leste rumou tambem ao objectivo, Nambuangongo.

Entretanto O BC 114, fazia os preparativos em Luanda e em 26 de Junho dava início ao deslocamento para a sua zona de reunião em Mabubas e Caxito.
Por não existirem viaturas suficientes o deslocamento foi feito em regime de vai e vem, decorrendo a operação três dias: em 28 estava finalizada e as companhias 116 e 117 acantonaram nas Mabubas, junto do Comando do Batalhão e a CC 115 acantonou no Caxito, nuns casarões de quinta já antigos.

Nota: Vidè mapa supra com a indicação das unidades e sua localização.

1 comentário:

MVHorta disse...

Importante nessa data para os portugueses:
Dia 13 de Julho de 1961.
Proclamação da "Independência relativa" do Congo, em Elisabethville (designada Lubumbashi), tendo à cabeça Moisés Tchombé, o "Leopardo Livre".
Tchombé e os "seus" Lunda, não deram qualquer apoio aos Bakongo na sua revolta contra os portugueses.