Pormenor da cozinha em Quicabo
Alguns acontecimentos importantes relacionados com a guerra de Angola ocorridos no segundo trimestre de 1961
Visita do Min. do Ultramar e S.S.E. Aeronáutica a Angola.
Franco nogueira nomeado MNE.
Dean Rusk, durante a reunião da OTAN em Oslo, insiste junto do MNE português, em dois pontos: Necessidade de fazermos propaganda nos EUA para esclarecer e persuadir a opinião pública americana acerca da política portuguesa em África; a necessidade de realizarmos urgentes reformas nas nossas províncias africanas.
Reunião da Inter-African and Malgasy States Organizacion (IAMO), em Monrovia.
Discurso do Ministro do Ultramar, Prof. Adriano Moreira – Batalha da Esperança.
Entrevista entre De Gaule e Kennedy que considerava que Portugal estava agarrado a rígidas políticas coloniais.
De Gaulle concordou que a atitude portuguesa era inflexível e obsoleta; mas empurrar Salazar poderia causar uma revolução em Portugal e estabelecer um estado comunista na Península Ibérica.
Kennedy preconiza para os EUA uma posição progressiva em relação a Angola na ONU.Kennedy decide o embargo oficial da venda de armas para Portugal.
Início da concentração de poderes. O Almirante Sarmento Rodrigues toma posse do cargo de Governador e Comandante-Chefe de Moçambique, e é definido o esforço nos distritos de Cabo Delgado, Niassa e Tete.
Condenação de Portugal pelo Conselho da ONU (EUA em apoio).Fuga para o estrangeiro de muitos estudantes ultramarinos.
O General Venâncio Deslandes, nomeado em 06 de Junho, toma posse de cargo de Governador e Comandante-Chefe de Angola e é definida a missão de esmagar o terrorismo, tarefa que será mais facilitada com a concentração de poderes civil e militar.
Os ramos militares “Pogo” (Nó sós) do PAC e “Umkonto we szwe” (O fero da Lança da Nação) do ANC, desencadeiam a luta armada na África do Sul.
Criação, na dependência do Ministro da Defesa Nacional, do Secretariado de Estado da Aeronáutica.
Discurso do Presidente do Conselho reafirmando a decisão de resistir – O Ultramar Português e a ONU.
Ataque a S. João Batista de Ajudá.
Indicação segura por parte dos EUA, através do seu embaixador em Lisboa, de aspirações intervencionistas ou expansionistas de outras nações em relação a territórios portugueses.
Publicada por MVHorta em 23:52
Tópicos da minha agenda:
- Em 8 de Agosto recebi carta de minha mãe;
- En 10 de Agosto cortei o cabelo e a barba, o que não fazia desde 26 de Junho, data da saída de Luanda para o Caxito;
- Em 11, Patrulha à Tentativa, Comando do Sector 3, escoltando a viatura que transportou 3 feridos;
- Em 13, Patrulha a Balacende. No regresso matámos uma rola, que deu um bom churrasco.
2 comentários:
Os ex-combatentes do BC 114 foram uns autênticos "mouros de trabalho", daqueles que vão a todas, que batem com eficácia do princípio ao fim toda a área à sua responsabilidade, que estão aqui, também vão ali e acolá, estão e vão a tudo quanto é sítio, por isso não é de estranhar que um pelotão operacional que se encontra na zona mais afectada pela guerra e em contacto quase diário com o IN, tenha que ser essa pequena fracção de combatentes, a deslocar-se a Luanda, a fim de escoltar as viaturas que transportavam os mortos e feridos, missão que, a meu ver, competiria a uma qualquer outra unidade de apoio da retaguarda.
Bem observado, Caro mvhorta! Aquela ida a Luanda foi qualquer coisa de fantasmagórico.
Embora o ambiente em Luanda fosse tenso e de grande expetativa, a nossa presença causou uma admiração e curiosidade entre os populares que nos viram, difícil de analisar: para eles eramos uma espécie de extraterrestres que tinhamos caído na cidade aquela hora tardia.
Éramos pau para toda a colher e tínhamos de acorrer a todos os fogos e sem equipamento nem armamento adequado às necessidades, além da escassez de géneros alimentícios que nos obrigou a passar dias de fome real.
"Esta é a ditosa Pátria minha amada!.....", lá diz o Poeta.
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