sábado, 10 de maio de 2008

10 de Maio de 1961

Terminado o mini estágio em Lamego, no C.I.O.E., Centro de Instrução de Operações Especiais, os quadros do BC 114, separaram-se por companhias e cada grupo seguiu para a respectiva Unidade Mobilizadora. Voltariam a encontrar-se no momento do embarque, com destino a Angola, no dia 28 seguinte.
A mim e aos meus camaradas coube-nos seguir para Mafra, E.P.I., Escola Prática de Infantaria, onde fomos enquadrar uma Companhia de Caçadores, a CC 115, cujos elementos já vinham recebendo instrução de conjunto, com vista à mobilização.
De 10 a 17 de Maio, decorreu aquele primeiro contacto entre pessoas que jamais se haviam encontrado e que, agora, tem destino comum: construir uma amizade que os leve a, se necessário, dar a vida pelo camarada que está a seu lado. Dizia-se: dar a vida pela Pátria, mas parece mais adequado dar a vida pelo camarada ao lado, porque é com ele que se constitui equipa para vencer, ou melhor para não morrer. A Pátria, nem sempre se sabe muito bem o que é, e não é igual para todos.
Alguns camaradas tiveram mais dificuldade em adaptar-se às exigências da vida em comunidade militar e da instrução da Infantaria: os condutores auto, por exemplo, todos oriundos do Grupo de Companhias Trem-Auto, (Arma de Engenharia), fornecedora de condutores para as Altas Entidades do Estado, nomeadamente Generais; e os homens das Transmissões, agora na contingência de terem de transportar às costas os pesados ANGRC-9, para acompanharem as operações apeadas de Infantaria.

3 comentários:

MVHorta disse...

É que o ANGRC-9, tinha ainda como acessórios, pesadíssimos e imprescindíveis, a Unidade de Alimentação, o Gerador Manual e o respectivo "Kit" com a antena horizontal, os auscultadores e a cablagem. Nos patrulhamentos apeados mobilizava umas três pessoas, devido ao facto do radiotelegarfista ter que tranportar também a arma, os carregadores, o cantil, o burnal (com as rações de combate para alguns dias), etc. Também tinha que levar, por vezes, o PRC-10 para ligação com a Força Aérea. E não podia ficar para trás!!!...

NOCA disse...

Pois, pois, Caríssimo mvhorta, foi muito duro!!!
Se já houvesse telemóveis!?!?!?... outro galo teria cantado.
Mas foi o que se poude arranjar e a missão foi cumprida em todas as situações, mesmo as mais complicadas: estou a lembrar-me da subida ao Quibaba, junto à Fazenda Beira Baixa, de que tenho uma foto que oportunamente publicarei.

Anónimo disse...

Caros amigos,
a internet é mesmo isto, tudo ao alcance de um clic ... passei pelo vosso site e reparei que estiveram todos em Angola, 1961 - 1963.
sou filho de um vosso camarada falecido à 2 anos - 1º cabo telegrafista José Sifredo Costa.
Gostaria de saber se foi vosso Colega.
Um abraço
Martins Costa
jc_martinscosta@hotmail.com