sexta-feira, 16 de maio de 2008

Preparação para a guerra (continuação)

Voltemos então ao enquadramento: no período entre 10 e 17 de Maio de 1961 a CC 115 dedicou-se à instrução de dia e de noite, sobre os cenários previsíveis que iríamos encontrar em África. Na Tapada de Mafra decorreram exercícios práticos de emboscada e contra emboscada, prática de tiro instintivo e luta corpo a corpo, decorrendo esta actividade de dia e de noite, em cenários o mais possível semelhantes aos que julgávamos ir encontrar em Angola.
Só não se percebeu muito bem o que se pretendia, quando, uma noite, a Companhia em ordem de marcha, armada e municiada com munições reais, ocupou os corredores do Convento de Mafra, em posição defensiva de combate e pronta para abrir fogo, à ordem, sobre alguém que nunca se soube quem fosse.
Outras guerras, que agora não interessa referir, mas tão só aflorar como resquícios da abortada "Abrilhada" do General Botelhio Moniz a que já nos referimos noutro local.
Neste período, fizeram-se os aprontos de materiais, especialmente fardamentos e outros objectos pessoais, que haviam de acompanhar cada militar, tendo como mais expressivo o famoso saco cilíndrico, onde cabia tudo, desde botas aos apetrechos de barba, sem esquecer a chapa de identificação, constituída por um disco metálico, diametralmente dividido por um picotado, para facilitar a fractura, contendo em cada semi-círculo o número, o nome e o grupo sanguíneo do respectivo militar, que a devia usar permanentemente, pendurada ao pescoço.

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