O dia 1 de Maio, hoje Dia do Trabalhador, em 1961 era um dia de repressão sobre os opositores ao regime, nomeadamente os membros do Partido Comunista, então na clandestinidade. Alguns dias antes, a polícia política procedia a detenções, ditas preventivas, dos principais e mais conhecidos activistas políticos e sindicais.
Nos quarteis, essa segunda feira, foi mais um dia de instrução intensiva nas escolas de recrutas. No RI 3, em Beja, onde me encontrava, a vida decorria com aparente normalidade. Digo aparente porque não era assim tão normal: Já tinham começado as mobilizações - três oficiais milicianos já tinham marchado para unidades mobilizadoras e na Messe de Oficiais e respectiva sala de convívio, passavam-se coisas estranhas desde há vários dias - Os oficiais superiores do QP desdobravam-se em reuniões, retirados dos milicianos que nada sabiam do que se passava.
A "ABRILADA" havia abortado, Costa Gomes, um dos principais conspiradores havia sido colocado precisamente o RI 3, mas tudo isso nos passava ao lado: os milicianos tambem eram apenas carne para canhão e não tinham acesso aos segredos dos espíritos iluminados.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
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